Os rebeldes nunca param

Departamento de arquivos da Nike

Desde a ausência no Campeonato Estatal de Pista do Liceu do Oregon até recordes incríveis no palco mundial, o Steve Prefontaine mostrou-nos que a nossa vontade vale mais do que o ouro. Descobre como a superestrela da Nike não se limitava a correr para ganhar, mas também para criar um legado de esperança para todos os rebeldes que decidissem seguir os seus passos.

Última atualização: 21 de julho de 2022
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"Hoje vou correr sozinho", dizia frequentemente o Steve Prefontaine aos seus colegas de equipa. No entanto, não era propriamente verdade. Ele fazia um percurso de carro de 26 quilómetros para norte de Eugene até à Oregon State Penitentiary (Prisão estatal de Oregon), em Salem, para dedicar algum tempo a correr e a falar com os reclusos de lá.

A OSP é uma das prisões mais antigas dos EUA e acolhe condenados desde 1869. Dentro dos muros de oito metros de altura da prisão existe uma pista de asfalto de 400 metros e um dos mais antigos clubes prisionais de corrida do país, fundado no início dos anos 70 pelo próprio Prefontaine.

Os rebeldes nunca param

Nos seus quatro anos no Oregon, o Pre nunca perdeu uma corrida NCAA de três milhas, 5000 metros, seis milhas ou 10 000 metros.

O que começou por ser uma visita à prisão para um projeto de sociologia tornou-se um objetivo superior para o Pre. "Depois de conhecer os reclusos, deu lá início a um programa de formação e gostou muito", afirmou a colega Mary Marckx ao departamento de arquivos da Nike (DNA). "Ele acreditava que correr pode mudar a tua vida e gostou da interação."

Os rebeldes nunca param

O Pre ficou conhecido por correr com quase todos, desde estudantes do liceu até reclusos e crianças pequenas... Só não aches que ele deixava as crianças ganhar.

Já passaram quase 50 anos desde a morte prematura do Pre, mas as sementes que ele plantou na OSP deram frutos. Todos os anos, o clube de corrida promove corridas de cinco quilómetros e 10 quilómetros de março a outubro, culminando com a High Wall Half Marathon. É permitido que civis se juntem ao clube de corrida de 150 membros. Este é por vezes o único contacto com o mundo exterior proporcionado aos reclusos. São necessários 18 meses de bom comportamento para participar e existe uma lista de espera.

Corredores de todo o mundo fazem peregrinações à Pre's Rock em Eugene. Deixam flores, dorsais de maratona e cartas cheias de esperanças e sonhos como forma de homenagear um homem que mostrou a todos que na corrida não importa apenas ser rápido, é preciso coragem para seres tu próprio. Embora muitos dos corredores do clube de corrida da Oregon State Penitentiary nunca terão a oportunidade de fazer a viagem de uma hora para visitar a Pre's Rock, o clube angariou fundos para a sua criação em 1997.

Os rebeldes nunca param
Os rebeldes nunca param

Corredores prestam homenagem na Pre's Rock.

"O Pre continua a correr connosco ao honrarmos o legado que muito atenciosamente deixou na Oregon State Penitentiary", escreveu um recluso da OSP que respondeu a um inquérito do DNA através de um funcionário prisional. "O Pre encontrou consolo nas suas visitas aqui. Apesar de ser recordado como um homem que não se importava com o que os outros pensavam dele, poucas pessoas no exterior sabiam para onde ele ia quando vinha à OSP."

"A sua capacidade natural e a sua natureza rebelde marcaram-nos", continuou o recluso. "Embora viesse cá para treinar e promover a corrida como um estilo de vida, é recordado com muito carinho por simplesmente sentar-se com os reclusos após uma corrida a conversar sobre a vida. Agora, décadas após as suas visitas e a sua morte prematura, nenhum desses homens continua na OSP. No entanto, o seu espírito permanece vivo na lenda e atingiu o estatuto de herói popular."

Os rebeldes nunca param

Mesmo depois de romper a fita, um rebelde nunca para.

Os rebeldes nunca param

Data de publicação original: 21 de julho de 2022

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